GRIOT

imagem©Neusa Trovoada

RESIDÊNCIA
UMA DANÇA DAS FLORESTAS
22 Nov – 10 Dez 2021

O Morto e A Morta, trazidos de volta à vida pelo Deus Aroni, chegam à Reunião das Tribos. Erguem-se das suas campas de terra no meio da floresta e pedem àqueles que passam para “aceitarem o seu caso”. O Morto e a Morta, “dois espíritos dos mortos inquietos” que em vida foram marido e mulher, trazem consigo as feridas de um outro tempo, confrontam os seus carrascos num estranho ritual de morte, expiação, desobediência e renascimento. Os quatro mortais que O Morto e A Morta confrontam, carregam o seu passado apesar de não manterem a identidade da sua vida anterior – Rola, uma prostituta que na vida anterior foi Madame Tartaruga; Adenebi, um historiador da corte do Imperador Mata Kharibu, é agora um orador do conselho; Agboreko, foi um adivinho do Imperador Mata Kharibu e nesta vida mantém a mesma atividade; e Demoke, escultor, que outrora foi poeta da corte. O que os precede é também o que determina o seu presente, são o antes e o que se segue, o humano e a floresta.
Todos são em simultâneo o que são e o que foram – os mortos e os vivos também. Como uma metáfora botânica devoradora do sentido do mundo, quanto mais se avança na ação mais se recua no tempo. 

Direção: Zia Soares
Texto: Wole Soyinka
Tradução: Rita Correia
Dramaturgia: Zia Soares
Consultadoria: Rogério de Carvalho
Interpretação: Ana Valentim, Cláudio Silva, Daniel Martinho, Gio Lourenço, Júlio Mesquita, Matamba Joaquim, Miguel Sermão, Vera Cruz
Cenário e Figurinos: Neusa Trovoada
Música: Xullaji
Assistente de encenação de movimento: Vânia Doutel Vaz
Design de luz: Jorge Ribeiro
Produção: Teatro GRIOT
Apoios: Batoto Yetu, Casa da Dança, Centro Cultural da Malaposta, Junta de Freguesia Misericórdia, Khapaz, Polo Cultural Gaivotas Boavista
Coprodução: Teatro GRIOT e São Luiz Teatro Municipal /// O Teatro GRIOT é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Ministério da Cultura, Direção-Geral das Artes e Câmara Municipal de Lisboa.

O Teatro GRIOT é uma companhia de atores que se dedica à exploração de temáticas relevantes para a construção e problematização da Europa contemporânea e o seu reflexo no seu discurso e na estética teatral.
O trabalho que a companhia desenvolve surge das tensões entre corpos e territórios, entre memórias coletivas e memórias individuais, entre imaginários coletivos e imaginários individuais. O Teatro GRIOT opera nestes espaços de intersecções de territórios geográficos e simbólicos como pontos nevrálgicos de um movimento artístico de contra-memórias, tendo levado à cena textos de Wole Soyinka, Pepetela, Breyten Breytenbach, Shakespeare, Lynn Nottage, Ésquilo, Al Berto, Genet ou textos inéditos de autoria coletiva dos membros da companhia, de Zia Soares e Ricardo P. Silva, encenados por Rogério de Carvalho, Zia Soares, Nuno M Cardoso, Guilherme Mendonça, Bruno Bravo, António Pires, João Fiadeiro e Paula Diogo.