Alkantara/ Aoaní Salvaterra e Joyce Souza

RESIDÊNCIA

AOANÍ SALVATERRA e JOYCE SOUZA

30 OUT – 3 NOV 2023

 

KABEÇA

O crânio é um conjunto amontoado de ossos, onde fica o cérebro, órgão central do sistema nervoso relacionado a memória, inteligência e as emoções. Além do cérebro, outros órgãos ligados aos sentidos, inúmeros músculos, terminações nervosas, vasos sanguíneos, linfáticos, estão abrigados nesta região. No alto de nossas corpas estão os cabelos, a nuca e a face. Estrategicamente localizada sob o pescoço fica a cabeça.

Em Yorubá Orí significa cabeça. Mais do que uma parte fisiologicamente estruturada, o Orí é um orixá, um deus, uma divindade pessoal e intransferível. Orí irá acompanhar o indivíduo antes de seu nascimento até depois de sua morte.

A cabeça, o Orí, se depara com a imagem/fantasma cotidiana de corpos maquina acéfalos. Desmembrados de seus membros, os “cabeças”, suas repetidas afiadas guilhotinas e a ameaça constante à memória nos inquietam e nos levam à KABEÇA.


Criação e performance: Aoaní Salvaterra e Joyce Souza

Cenário e figurino: Neusa Trovoada

Música: Xullaji (a confirmar)

Luz: Ariene Godoy

Apoio: Dori Nigro

Apoio ALKANTARA


 

Aoaní Salvaterra (7/06/1984) É atriz, performer, dramaturga e jornalista. Natural de São Tomé e Príncipe e vive em Lisboa. Fez o ensino secundário em Portugal e a licenciatura em Comunicação Social, com especialização em Jornalismo, na Faculdade Norte e Nordeste do Brasil – FANOR, Fortaleza -CE / Brasil (2009). É Mestre em Teatro – Artes Performativas, pela Escola Superior de Teatro e Cinema (IPL), em Lisboa (2022). Depois de terminar o curso de Jornalismo, viveu em Angola, onde trabalhou durante oito anos na área da comunicação social. Atuou como jornalista na Rede Angola, Economia. Foi editora no Novo Jornal e Carga Magazine. Esteve à frente das relações públicas em Back Communications e foi consultora de comunicação do Projecto HC3. Em 2012 publicou uma coletânea de crónicas intitulada Miopia Crónica pela editora Chá de Caxinde, Luanda: 2012. O livro é composto por crónicas que foram publicadas dispersamente na imprensa angolana, sobre assuntos diversos relacionados com a quotidianidade angolana e dos países de língua portuguesa- PALOP. Com o intuito de aperfeiçoar a sua proficiência na língua inglesa, mudou-se, em 2017, para os Estados Unidos da América (Toledo, Ohio/ Hillside, New Jersey) onde frequentou aulas de interpretação para teatro e para câmara  no Owens Community College, Starbound Talent – Toledo, Ohio. Desde então tem trabalhado como atriz em teatro, cinema e audiovisual, com nomes como Zia Soares, Xie Xiaodong e Jeremy Meier. Além dos Estados Unidos, os seus trabalhos também já foram exibidos em Portugal, Alemanha, Itália e China. Mantém-se ligada à comunicação como colaboradora do programa Avenida Marginal, da RDP África.

 

Joyce Souza (24/12/1987) é atriz, performer, dramaturga e educadora. Natural de Guarujá- SP no Brasil e vive em Lisboa. No Brasil iniciou sua formação acadêmica em direção teatral na Universidade Federal de Ouro Preto-MG. É formada em interpretação na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo e licenciada em educação artística na Faculdade Paulista de Artes-SP. No Teatro atuou em diversos espetáculos sob direção de Luiz Fernando Marques- Lubi; Wanderley Piras; Adriana Azenha; Bete Dorgam; Dagoberto Feliz; Claudia Schapira; Iacov Hillel; Isabel Setti; Angelo Brandini, entre outros. Atuou como performer, artista educadora e coordenadora educativa em exposições de arte e museus. Destacando “Mayas, a revelação de um tempo sem fim” e “Terra Comunal – Marina Abramovic +MAI”, integrando a equipa educativa que aplicou o método desenvolvido por Abramovic. Foi docente convidada das disciplinas: “Interpretação” e “Performance”, no Curso Técnico de Teatro do Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Foi integrante do coletivo artístico Usina da Alegria Planetária – UAP que realiza pesquisas e atividades artísticas em antropologia e rito/performances. Em Portugal criou e desenvolveu “Jogatina de histórias” e “Histórias de Bolso”, projetos de contação de histórias e improviso. Integrou como intérprete vocal a performance “Em ver lhe ser” no Festival “A Salto” em Elvas 2019. Em 2022 conclui o Mestrado em Artes Performativas na Escola Superior de Teatro e Cinema (IPL) cuja pesquisa teórica foi convidada à publicação pela ESTC edições no formato e-book. Ainda neste ano foi performer no espetáculo “Self Portrait. E agora como a gente luta?” dirigido por Isabel Mões. Em 2023 integra o espetáculo “descobri-quê?” dirigido por Cátia Pinheiro, Dori Nigro e José Nunes, uma co-produção da Estrutura e do TNDM II em digressão pela Odisseia Nacional. No projeto atua como intérprete e como formadora, desenvolvendo oficinas para o ensino secundário. Ainda em parceria com a Estrutura contribuiu na dramaturgia do espetáculo “Carta à Matilde” que estreou em junho no Teatro Rivoli- Porto.

 

foto: ©Alkantara