25 OUT 2025, 17H

  • CASA DA DANÇA - Ponto de Encontro

COMER O MUNDO I Partilha Lab/ Performance

MICHELLE MOURA

 

COMER O MUNDO

Comer o mundo como metáfora para afirmar a unidade do ser vivo com a matéria do mundo. Somos água, minerais, fogo e ar. Esta noção de que nossos corpos não são individuais, mas um emaranhado das matérias, elementos e consciências do mundo irá nos guiar durante o workshop a trabalhar sobre práticas baseadas em princípios de conexão e cooperação. A partir de improvisações, movimentos pré estabelecidos e propostas de composição/criação, iremos exercitar modos de cohabitação e reconfiguração dos corpos, transbordando os limites das identidades. Com foco em nossa boca, mãos e pés, iremos criar organismos, corpos coletivos, fusões, espelhamentos. Trabalharemos individualmente, mas principalmente em duplas e grupos. Toque e contacto físico fazem parte deste workshop. Acordo, escuta, sensibilidade e rigor serão nossos guias. Relações são modos de estar no mundo. Como se posicionar em relação ao outro? Como as posturas e acões afetam uns aos outros? Como parir novas lógicas?

Diariamente realizaremos práticas que acalmem o sistema nervoso e que proporcionam maior consciência sobre o próprio corpo. Cada dia pode incluir pratica de Kundalini yoga – uma sérias de movimentos conectados a exercícios de respiração que articulam a coluna, trabalha músculos aumentando a energia física e consciência. O efeito é acumulativo, criando vitalidade e forca. Durante o workshop textos e referências teóricas (por ex: Emanuele Coccia, Robin W Kimmerer, Adriana Cavarero, etc) serão compartilhadas para inspirar nossas atividades.

As palavras-chave deste workshop são: circularidade, reciprocidade, interdependência, conexão, coabitação e transmissão.


 

LOCAL: Casa da Dança – Ponto de Encontro
ENTRADA GRATUITA
reservas: casadadanca@casadadanca.pt 


MICHELLE MOURA é bailarina e coreógrafa brasileira radicada em Berlim. Em seus trabalhos dos últimos 15 anos, ela tem explorado mudanças psicofisicas propondo experiências particulares para o corpo, como: não piscar (BLINK), falar sem mover a boca (Overtongue), hiperventilar (FOLE). Em Overtongue (2021) e Lessons for Cadavers (2023), ela se debruçou sobre a artificialidade e dissociação de elementos, manipulando movimento, expressão, som e linguagem. Seu trabalho foi apresentado em teatros e festivais de dança como Tanz in August (DE), Sophiensaele (DE), Bienal de Veneza (IT), Panorama (BR), entre outros. Michelle tem uma formação em dança que começou na Unespar (BR), continuou no CNDC d’Angers (FR) e Das Choreography (NL). Juntamente com sete artistas brasileiros, Michelle Moura foi cofundadora e membro da Minicomunidade Artistica Mundial Couve-Flor (2005-2012) na cidade de Curitiba. Seu solo Overtongue foi uma das 13 produções convidadas para o Tanzplattform Deutschland 2022. Em 2025, criou tão carne quanto pedra para o Balé da Cidade de São Paulo (BR).

http://www.michellemoura.com