“O que poderá o saber humano
fazer para restaurar o seu mutilado sentido?”
Cordelia, em O Rei Lear, William Shakespeare

Mal se entra, começa-se. Mal se sai, ainda não acabou.
Percorrer um espetáculo de Vânia Rovisco é como desatar a correr em todas as
direções e encontrar num poro de pele o universo inteiro.
É reconhecer repetindo, continuar coabitando, desenrolar acontecendo entre quatro
dignidades: de pé, deitados, sentados, a caminho. Quatro maneiras de sermos
plenamente nós próprios: Rovisco procura o que nos faz sentir em casa nos nossos
corpos e o que nos faz percorrer o mundo. Perguntando sobre o que aflige, comove,
move, agita, consola. Questionando o gesto regular de pisar o chão.
Como nos deslocamos entre afazeres, e entre sentidos se temos 23 anos, 5 anos, 47,
64? Como é amar, criar, falhar, divergir, escutar ou parar enquanto ação e enquanto
palavra? Onde se desencontram? Onde e como encaixam?
Vânia Rovisco convida-nos a uma experiência imersiva onde cada um é a peça
fundamental da roda que escolher.

Ficha Artística e Técnica

Criação e interpretação: Vânia Rovisco
Com a participação de: Luís Meneses e Márcio Kerber Canabarro
Texto e dramaturgia: Patrícia Portela
Apoio à dramaturgia: Zé Luís C
Apoio à criação: Maria João Garcia e Meg Stuart
Música/Sonoplastia: Baltazar Moreira e Marcus Rovisco
Espaço cénico: Janis Dellarte
Apoio espaço cénico: Joana Pinto Oliveira
Desenho de luz: Daniel Worm
Apoio luz: Vânia Rovisco
Vídeo: Raquel Melgue
Edição: Rita Karayianni
Fotografia: Alípio Padilha
Oralidade: Inês Nogueira
Texto (processo): Luana Monteiro
Direção de produção: Maria João Garcia

Coprodução: Rota Clandestina e São Luiz Teatro Municipal
Residência de coprodução: O Espaço do Tempo
Apoios: Actual Arquitectura da Cultura – AADK Portugal, A Gráfica – Centro de Criação
Artística, Bóia, Casa da Dança – Almada, Materiais Diversos
Projeto financiado por República Portuguesa – Cultura | Direção-Geral das Artes

Vânia Rovisco
Concluiu o Curso de Intérpretes de Dança Contemporânea do Fórum Dança
(1998-2000). Trabalhou como intérprete com Meg Stuart/Damaged Goods (2001-07) e
com Pierre Coulibeuf, Helena Waldman, Gordon Monahan, Vera Mantero, entre outros.
Desde 2003 dá formação e faz coaching em vários projetos profissionais. Em 2004
começou a fazer direção de movimento, tendo trabalhado com João Brites, Marco
Martins, Gonçalo Waddington, entre outros. Fez a curadoria do 3º Programa Avançado
de Criação em Artes Performativas do Fórum Dança (2019).
Desde 2007, concebe instalações e performances no contexto de galerias de arte. Criou
o solo “The Archaic, Looking Out, The Night Knight” (2013) e “Silos de carros e estradas
giratórias” para o festival TODOS; desenvolveu o projeto REACTING TO TIME –
portugueses na performance” (2014), que lida com a transmissão do arquivo vivo da
performance em Portugal de finais dos anos 60; e criou a peça de grupo
“EQUANIMIDADE – ÂNIMO INALTERÁVEL” para o Festival Walk&Talk (2017).
É co-fundadora da plataforma artística AADK, existente em Portugal e Espanha, e em
2021 começou a alicerçar um espaço que acolhe várias disciplinas e práticas artísticas,
40 km a sul de Lisboa – The Plot.