Descrição do projeto:

A memória é o que forja a identidade de um ser ou de uma comunidade, portanto, de si próprio ou de uma sociedade. A memória pessoal interliga-se com a memória coletiva. Aqui, Sara Montalvão, num exercício de vulnerabilidade, acede às suas memórias deixando que estas atravessem o seu corpo – como numa espécie de sonho dirigido onde o público é partícipe – e num tabuleiro Junguiano disposto cenicamente, a intérprete atravessa o pessoal transcendendo-o através das fisicalidades exploradas de cada uma das suas pessoas que habitam nela mas também de alguma forma em todos nós.

A identidade é um processo metamorfósico, de reinterpretação e questionamento contínuo. Cada vez que acedemos a uma memória esta ganha um novo ângulo e as perspetivas que vamos adquirindo transformam a realidade do presente, afetando continuamente a nossa percepção. Qual o fio condutor que nos orienta ou estrutura enquanto pessoas e sociedade, onde é que nos quebramos, reinventamos e sobretudo, como fazer comunicar todos os aspetos que existem dentro de nós próprios. Aceitar o paradoxo humano das nossas próprias contradições, conviver com elas para evoluir nesse jogo de vidas e diferenças que somos e em que existimos.

Criação e Interpretação: Sara Montalvão

Música: Roberto Acevedo

Mentoria Coreográfica: Diego de la Rosa

Sonoplastia, Cenografia, Luz: Sara Montalvão

Agradecimentos: Magnum Soares, Dally Schwarz, Pepa Macua, Sérgio Walgood, David Negrão, Ustad Fazel Sapand, Diletta Bindi