RITA NATÁLIO

RESIDÊNCIA
SPILLOVERS
4 – 8, 25 – 29 JULHO 2022

“Spillovers” é um projecto de performance e escrita que dialoga com transfeminismo e ecologia, ao mesmo tempo que investiga as relações entre escrita e experiência somática. O projeto começou em 2020 como um texto tátil, também apresentado como um manual de sexo ou um ensaio transfeminista de ficção científica que ficiona uma releitura da obra  “Lesbian Peoples: material for a dictionary” (1976) de Monique Wittig e Sande Zeig’s, a partir de propostas e imaginações contemporâneas de Astrida Neimamis, Jack Halbertam, Paul Preciado, Etel Adan, Dionne Brand, Kathryn Yusoff, Isabelle Stengers, Malcom Ferdinand, Valentina Desideri e Denise Ferreira da Silva, Ursula K. Le Guin, entre outres. Um primeiro rascunho do texto foi encomendado em 2020, durante o primeiro bloqueio da pandemia, pela Create to Impact Network e apoiado pelo programa Creative Europe  da União Europeia e pelo Ministério da Cultura e Informação da República da Sérvia. Em setembro de 2021, uma leitura performativa foi apresentada no Centrale Fies (Itália) durante um encontro organizado pelo projeto “Pass the Mic! – Descolonizando a Educação pelas Artes “, envolvendo Itália, Grécia e Portugal.

Em 2022, Rita Natálio desenvolverá uma performance de grupo e uma versão final do texto iniciada em 2020. O projeto conta com a coprodução do Cinema Batalha no Porto, que envolve uma apresentação pública em Março de 2023.

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Texto e direção: Rita Natálio
Performers e colaboração no texto: Alina Ruiz Folini, Josefa Pereira, Ves Liberta
Cocriação e colaboração  na conceção inicial do texto: Alina Ruiz Folini
Imagens: Aline Belfort
Música e desenhos: Odete
Objetos e roupas: Kahumbi
Participação nos processo de pesquisa: Luiza Cascon
Co-produção: Cinema Batalha, Associação Parasita
Apoios: Alkantara Festival, Pass the Mic!
Decolonizing education through arts. Financiado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia, CREA 616850/2020 e
Create to Impact Network/ Creative Europe  da União Europeia e pelo Ministério da Cultura e Informação da República da Sérvia
Produção executiva: Associação Parasita
Produção: Carolina Gameiro e Lysandra Domingues
Residências: Casa da Dança de Almada, Estúdios Victor Córdon (Lisboa), Pólo Cultural das Gaivotas (Lisboa), Teatro Municipal do Porto.

Fotografia: Rita Natálio

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Rita Natálio – Artista e pesquisador. Lésbica não-binárie. Os seus espaços de prática relacionam poesia, escrita ensaística e performance. Doutorando em Estudos Artísticos na FCSH-UNL e Antropologia na USP, com bolsa FCT, pesquisa desde 2014, o recente debate sobre o conceito de Antropoceno e o seu impacto sobre a redefinição disciplinar e estética das relações entre arte, política e ecologia. Estudou Artes do Espetáculo Coreográfico na Universidade de Paris VIII e é mestre em Psicologia pela PUC-SP onde estudou as relações entre imitação e invenção na obra de Gabriel Tarde. A partir da sua pesquisa doutoral, realizou uma série de conferências-performance, entre elas “Antropocenas” (2017) com João dos Santos Martins,  “Geofagia” (2018) e “Fóssil” (2020). Publicou também dois livros de poesia (“Artesanato”, 2015 e “Plantas humanas”, 2017). Em 2019, participou de um grupo curatorial fomentado por Ailton Krenak que organizou “Ameríndia: percursos do cinema indígena no Brasil” na Fundação Calouste Gulbenkian, uma mostra que trouxe 5 cineastas indígenas a Portugal e apresentou mais de 30 filmes de produção indígena. Em 2020, Rita Natálio co-organizou o seminário “Re-politizar o Antropoceno” dentro do projeto internacional Anthropocene Campus Lisboa junto com Davide Scarso e Elisabeth Johnson, projeto originado no HKW em Berlim e atualmente disseminado em diversas instituições culturais. Nesse ano, realizou também o filme “Ayvy Ypy” /”Origem da Língua” com o realizador guarani Alberto Álvares, comissionado pelo Sesc Pompeia/Exposição Farsa, em São Paulo. Coordena ainda o projeto Terra Batida (www.terrabatida.org)) uma rede que organiza programas de residência e comissiona pesquisas artísticas para que artistas, cientistas e ativistas se cruzem no acompanhamento de conflitos socioambientais em diversos contextos territoriais portugueses.