MÁRIO AFONSO

RESIDÊNCIA                                                                                                                             
UMA COISA POR VIR
24 – 28 fevereiro

 

«O desaparecimento do corpo é o tema que me tem ocupado nos últimos tempos. Teve a sua primeira formalização com o espectáculo Framework (2022), posteriormente aprofundado em vaziopleno (2023) e, mais recentemente, acabou por dar título à minha tese de mestrado (2024).

Sob este tema, debato-me com questões relacionadas com o processo da mundialização ou a forte presença da tecnologia virtual em todas as áreas da acção humana, que, tendo vindo a ganhar um lugar de tão grande destaque, se transformou num filtro vulgar da existência.

Na continuidade desta pesquisa, pretendo, por um lado, observar a forma como esse filtro interfere no corpo, no modo como dilui a presença e no tipo de relação que estabelecemos entretanto com o Outro. E, por outro lado, numa perspectiva mais ampla da ideia de corpo, pensar como esse filtro afecta a construção de um pensamento comum na defesa de princípios humanistas, sob a tão forte ameaça do neoliberalismo voraz.

Esta será a primeira semana de residência de uma nova fase da pesquisa prática, uma possibilidade de encontro com alguns convidados para o diálogo em estúdio e prosseguir na identificação das fissuras do movimento do actual, que me escapa, com vista, talvez, a um novo espectáculo. Ou outro tipo de objecto, uma qualquer forma de coisa à qual possa fixar um pensamento poético.» Mário Afonso


Direcção artística: Mário Afonso

Parceiros e convidados: a definir

Residência: Casa da Dança

Produção: Carta Branca


Mário Afonso apresenta um trabalho autoral que resulta num conjunto de objectos de carácter performativo, coreográfico e instalativo. De entre outros, destaca Magmatic (performance-instalação, 1999); Persona (2003); Representações (2005); Entre Vistas (2008); Peripatéticos (instalação, 2008); Esquissos e Desenhos (instalação, 2008); Memória Descritiva (2010); Manifesto Desejo (2019); Framework (2022); e vaziopleno (2023).

No âmbito da colaboração artística, é co-criador em obras de outros artistas com os quais partilha uma afinidade estética e conceptual. Mais recentemente, tem desenvolvido projectos de tutoria e integrado projectos na qualidade de assistente artístico.

Em 2009 fundou a associação cultural Carta Branca, através da qual promove iniciativas de largo espectro na área da criação artística, formação e realização de ideias. Em 2016 deu início ao projeto Prata da Casa – acervo de vídeos documentais para a dança contemporânea, de acesso universal online: www.pratadacasa.pt