Márcia Lança

RESIDÊNCIA
MÁRCIA LANÇA
28 – 31 out 2024

 

VIDA SELVAGEM

O que acontece se retirarmos a humanidade do ser humano? Se lhe arrancarmos do peito aquilo que mantém o sangue quente e sensível? Se, por lobotomia ou magia, lhe extrairmos a parte mole e cinzenta de dentro do crânio?

Vida Selvagem propõe uma prática que começa a partir do que fica, do que resta, com humanos “como bichos mortais entrelaçados em
miríades de configurações inacabadas de lugares, tempos, matérias, significados”. O trabalho com os intérpretes será no sentido de ir de encontro a um estar desprovido de córtex cerebral, na direção de uma vida que usa apenas o cérebro reptiliano para agir. Os ensaios serão uma espécie de progressão não linear de desumanização. Se não tivéssemos o cérebro racional, córtex, teríamos apenas reações sem reflexão, sem ponderação, sem possibilidade de espera entre recepção e resposta?

Nesta primeira residência na Casa da Dança a coreógrafa Márcia Lança vai estar com o artista Rafael Frazão e a psicanalista Tânia Pinto para uma primeira imersão nestas perguntas todas e para provocar os monstros internos da fascinação.


 

DIREÇÃO: Márcia Lança
CRIAÇÃO E PERFORMANCE: Carolina Campos, Daniel Pizamiglio, Inés Sybille, Jannine Rivel, Andrei Bessa
DRAMATURGIA: Rafael Frazão
ACOMPANHAMENTO PSICANÁLISE: Tânia Pinto
LUZ & ESPAÇO: Letícia Scrkyky
SOM: Jørgen Knudsen
MAESTRINA: Manon Marques
CORO: Rui Borras, Carlos Pedro Santos, João Rodrigues, Marta Queiroz, Sandra Lourenço, Sara Afonso
CO-PRODUÇÃO: Festival CITEMOR
PRODUÇÃO: Vagar
RESIDÊNCIAS: Casa da Dança – Almada, Espaço do Tempo – Montemor-o-Novo,  Estúdios Victor Córdon – Lisboa, Espai Nyamnyam – Mières – Catalunha, Fórum-Dança – Lisboa, ZDB 8 – Lisboa, PISCINA – Lisboa, Circolando – Porto.

DIGRESSÃO: Festival Pedra Dura – Lagos, Teatro A Bruxa – Évora, Lokomotivet, Eskilstuna – Suécia.


MÁRCIA LANÇA  fundou em 2008 a VAGAR da qual é diretora artística. Trabalha como coreógrafa e performer em diversas configurações colaborativas. Move-se em territórios onde as fronteiras entre o ficcional e o real são ténues e difusas. O seu interesse pela materialidade poética de ações e tarefas concretas está no centro dos seus processos de criação. Criou CAVALA, É Só um Dia, Outro lado é um dia, Dentro do Coração, NOME, Por esse Mundo Fora, Evidências Suficientes para a Não Coerência do Mundo, Happiness and Misery, 9 Possible Portraits, O Desejo Ignorante, Trompe le Monde, Morning Sun, Dos joelhos para baixo.