International Thematic Residency (ITR) - Almada

As Residências Temáticas Internacionais (RTI) são um dos eixos de ação desenvolvidos pela Rede More. Desde 2017, foram organizadas 7 residências em diferentes territórios como a Turquia, Bélgica, França, Portugal e Espanha.

As RTIs oferecem aos artistas um período de trabalho intenso relacionado com um tema definido pelo(s) artista(s) coordenador(es), com o intuito de desencadear um intercâmbio, bem como novas colaborações artísticas. No entanto, o estabelecimento de uma ligação direta com as comunidades e agentes locais, assim como a criação de parcerias internacionais são as prioridades dessa linha de atividade.

RTI – Almada tem lugar de 21 de Março a 2 de Abril 2022 com coordenação local da artista Mariana Tengner Barros e em parceria com A Bela Associação e a Casa da Dança.

Tema: A Força do Invisível: Poder no movimento

Encontros e práticas de corpos em torno do que não se vê, do que está aqui mas não se consegue catalogar, nem prender. A dança mexe no éter, deixa rastos invisíveis e opera a níveis muito profundos, para além da pele e da carne e dos ossos.

Que força é esta que não se vê, mas se sente tanto e que é tão misteriosa?

O que podemos quando nos movemos, quando mexemos no tempo e no espaço?

Onde está esse invisível? A força do que a dança movimenta.

No final da residência serão partilhados os resultados das pesquisas artísticas pelas artistas selecionadas Helena Dawin e Telma João Santos.

 

Biografias

Helena Dawin estudou Literatura, Psicologia e Estudos Latino-Americanos, depois entrou na dança profissional na Tanzfabrik Berlim. Em 2013, veio para Lisboa para fazer o Programa de Estudo, Pesquisa e Criação Coreográfica (PEPCC) no Fórum Dança e cirou o sólo “Já não”. Com o apoio da Fundação Gulbenkian foi bolseira do programa danceweb no Festival Impulstanz, Viena. Participou no PEPCC-Colectivo no Fórum Dança e no Projeto do Estudo em Dança com Francisco Camacho. Em conjunto com Vitória Grilo e Lucía Nacht criou “Now-here-land”, e no mesmo ano, lançou o projeto Dança e Língua com Beatrice Cordier para o Goethe-Institut. Em 2018, em colaboração com Andrew Nimmo, Vitória Grilo, João Pereira e João criou “Contratempo”. Atualmente, ganha a vida como professora de línguas, mas sempre que puder, dança. Continua a pesquisa coreográfica independente, quebrando barreiras entre as ciências académicas e a dança. Além disso, dá workshops de dança e improvisação. Em 2020, dançou na peça “Febres” da Cia João Garcia Miguel. Estudou e trabalhou entre outros com Stella Zannou, Miguel Pereira, Jennifer Lacey, Jonathan Burrows, Jassem Hindi, Gustavo Ciríaco, Francisco Camacho, Sofia Dias, Shai Faran, Britta Pudelko, Lia Rodrigues, Vera Mantero, Mark Tompkins.

Telma João Santos é doutorada em Matemática e em Artes Performativas, foi professora na Universidade de Évora e é artista e investigadora independente. Desenvolve performances a solo e em colaboração desde 2006, com um percurso em torno da multidimensionalidade das formas de auto-re-apresentação intersectando discurso matemático e análise de movimento através do conceito dinâmico de germinar. Estudou na Companhia de Dança de Évora, passou pela Escola Superior de Dança e estudou no contexto de laboratórios e cursos intensivos com Vera Mantero, João Fiadeiro, Sofia Dias & Vitor Roriz, Peter Michael Dietz, La Pocha Nostra (Guillermo Gomez Peña & Roberto Sifuentes), Nicole Peisl & Alva Noë (Companhia Forsythe), António Tavares, Tiago Vieira, João Garcia Miguel, entre muitos outros.

Em 2020 desenvolveu o projeto Cooking Landscapes, em colaboração com chefs e performers mulheres, de cariz participativo, apresentado no Espaço de Santa Catarina / Fumeiro de Santa Catarina, em Lisboa, e no Festival aSalto, em Elvas. Em 2021, construiu o projeto Between Fear and Desire/It Could Be a Brand, com apoio da Fundação GDA e em colaboração com várias pessoas não normativas em torno de uma pesquisa sobre pressupostos possíveis que germinam novas formas relacionais. Faz investigação nos cruzamentos entre investigação científica e criação artística, tendo acompanhado e escrito para revistas (Performance Research, Liminalities, Leonardo, etc) sobre o trabalho de vários artistas: Flávio Rodrigues, Bruno Senune, Sérgio Diogo Matias, coletivo SillySeason, Pedro Barreiro, Rogério Nuno Costa, David Marques, entre outros. www.telmajoaosantos.net

Mariana Tengner Barros (coreógrafa, bailarina, performer e Direção Artística d’A Bela Associação)

Coreógrafa, bailarina e performer. O seu trabalho tem sido apresentado em diversos países na Europa e América do Sul, salientando “The Trap” (2011, Vencedor do Prémio do Público Jardin D’Europe- Áustria), “A Power Ballad” (2013) e “Resurrection” (2017) co-criações com o coreógrafo Mark Tompkins e “Instructions for the gods: i4gods” (2017), uma performance contínua de 5 h para museus em colaboração com o músico Pan.demi.CK. Colaborou com vários artistas em diferentes projectos enquanto bailarina, actriz e performer salientando Francisco Camacho, Meg Stuart, John Romão, Ballet Contemporâneo do Norte, Diana Bastos Niepce, Elizabete Francisca, Nuno Miguel, António Mv, Jonny Kadaver, Agnieszka Dmochowska, Raquel Castro, Retina Dance Company e Rafael Alvarez.

Licenciada em dança pela Northern School of Contemporary Dance em Leeds, Inglaterra (2003). Estagiou no Ballet Theatre Munich, sob a direcção artística de Philip Taylor em Munique (2004). Membro fundador do colectivo artístico The Resistance Movement em Leeds (2005). Completou o Programa de Estudo e Criação Coreográfica-PEPCC no Fórum Dança em Lisboa (2009). Foi artista associada da EIRA entre 2013 e 2016. É directora artística d’A BELA Associação. Integra a banda Kundalini XS e o projecto musical performativo Digital Pimp Hard at Work, ambos editados pela Gruta. Em 2016 recebeu o Galardão de Mérito Municipal Cultural pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão pelo seu percurso profissional.

Organização: Rede More

A Rede More Associação Cultural surge no seguimento da iniciativa Moving (Re)union que desde 2016 promoveu sete residências temáticas internacionais, uma publicação sobre a formação em dança contemporânea e os seus ecos processuais e três Encontros Bienais de Artes Performativas. A associação foi fundada em Julho de 2020, com sede em Lisboa e tem como missão promover a criação, investigação e capacitação artísticas na área das Artes Performativas.
www.rede-more.pt