Em Simbi em águas astronómicas, a bailarina e coreógrafa Inés Sybille Vooduness explora uma identidade negra transatlântica através de uma dança impulsada pelas filosofias do vodu, Kuduro e Coupé Décalé. A peça reflete sobre as tensões e ambiguidades de uma diáspora herdada do pai haitiano, associada à morte, ao ausente e ao imaginário. Num ritual a solo, Vooduness revisita aspectos híbridos e cósmicos da sua identidade: é Erzulie, a deusa vodu do amor, “mulata” e sedutora, a criança mestiça que se aproxima de águas proibidas, ou o ser, a serpente que sai do seu corpo e das lógicas antropomórficas? A performance utiliza o espaço afrodiaspórico como palco de especulação poética, buscando um diálogo com Simbi, divindade das águas, e um futuro coletivo não colonial.

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Ideia, direção artística e coreografia: Inés Sybille Vooduness

Acompanhamento artístico: Camilo Mejía Cortés

Cenografia e figurino: Sofía Archer Lab

Vídeos: Heidi Ramírez

Música: Nelsoniq

Desenho de luz: Ivan Cascon

Coprodução: Teatro do Bairro Alto, Festival TNT

Coprodução em residências: Cultura em viu (UAB), O Espaço do Tempo, Casa da Dança, Estúdios Victor Córdon

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Inés Sybille Vooduness é bailarina, investigadora cultural e professora. Combina o Kuduro de Angola, o Coupé Décalé da Costa do Marfim e o Dancehall da Jamaica, criando encontros fictícios com divindades vodu haitianas e explorando a reterritorialização destes códigos. Atualmente, trabalha em Simbi em Águas Astronómicas, coprodução do Festival TNT e do Teatro Bairro Alto, e desenvolve as investigações e peças O nosso lakou digital e Cadências crioulas, dez mil vezes desdobradas.