DE VIDRO E MAR
17 – 21 fevereiro 2025
A ideia deste projeto surge na sequência de uma residência artística em 2024, na Marinha Grande, para investigar as histórias deste local e conectar com associações locais.
Este projeto, com direção artística de Filipa Francisco, pretende ao longo de vários meses desenvolver uma cocriação que envolve as associações culturais locais. Convocando abordagens distintas, mas dialogantes – dança, teatro e música – a proposta do projeto passa por propor aos envolvidos que integrem um processo de criação coletiva nas mais diversas dimensões de um processo desta natureza – criação, produção, técnica, figurinos e cenografia. Pretende-se que se estabeleça um espaço de experimentação que em simultâneo sirva como capacitação nesta área, aprofundando o saber fazer local e estimulando o trabalho de complementaridade.
Partindo do território, convocamos memórias para contar poeticamente histórias de uma terra, similar em alguns aspetos a tantas outras da história recente de outros lugares do país, reinventando o espaço-tempo do presente e procurando o futuro destas comunidades.
Criação artística
Este projeto pretende trabalhar em colaboração, promovendo a imaginação individual e coletiva e a reflexão sobre o próprio ato criativo e as distintas realidades sociais. O trabalho artístico é potenciado e confrontado através da criação em conjunto e do contato entre artistas profissionais e não profissionais. Este percurso baseia-se na investigação de histórias, que serão depois transferidas para o corpo através da improvisação e transformadas em materiais coreográficos, teatrais e musicais. O processo de criação passará por várias fases de trabalho: uma primeira de caráter preparatório de apresentação, um período de investigação, um período de ensaios e a consequente apresentação pública do resultado final. O espaço temporal de criação deste espetáculo decorre entre Janeiro e Abril de 2025.
Conceção, direção artística e interpretação: Filipa Francisco
Direção musical e composição: Ricardo Freitas
Assistente direçāo artística e interpretação: Marta Coutinho
Direção técnica e desenho de luz: Zé Rui
Assessoria de imprensa: Levina Valentim
Redes sociais: Eduardo Quinhones Hall
Produção: Mundo em Reboliço
Produção executiva: Helena Maia
Administração: Cristina Nogueira/ Rita Maia
Vídeo: Miguel Canaverde
Fotos: Bruno Simão
Filipa Francisco acredita que a dança pode ser um motor de mudança e por isso tem desenvolvido vários projetos em relação com diferentes comunidades, onde tem sido possível desenvolver um trabalho intenso que questiona a relação entre arte e vida.
Estudou Dança, Teatro, Improvisação e Dramaturgia na Escola Superior de Dança, na Companhia de Dança Trisha Brown, no Lee Strasberg Institute, em Nova Iorque e com o dramaturgo André Lepecki.
Dos seus trabalhos de arte participativa, no âmbito de projetos de formação, investigação, criação, apresentação e circulação destaca o desenvolvimento durante sete anos de um trabalho de formação em Dança-Teatro e Criação com reclusos do Estabelecimento Prisional de Castelo Branco (Projeto Rexistir).
Do projeto “Nu kre bai bu onda” (2007-2010), de Formação em Dança e Criação Artística, no bairro da Cova da Moura. No âmbito do projecto, apresentou a peça “Íman” no Centro Cultural de Belém, durante o Alkantara Festival. Esta peça recebeu o elogio da crítica e foi considerada pelo jornal Público o “melhor espetáculo de Dança de 2008”. E ainda o projeto “A Viagem”, com Grupos Folclóricos, estreou em Guimarães Capital da Cultura e circulou por Portugal, País de Gales e Brasil (2011-2021).
Em 2019 e 2020, apresentou no Festival Todos o espetáculo “Aqui”, cocriação com Bruno Cochat, Ricardo Freitas e jovens do Nepal e de Portugal. Em 2021/22, desenvolve um projeto artístico e social com jovens migrantes na margem Sul, com a Almada Mundo, Partis & Art For Change e CMA, do qual resulta a criação “Tuntunhi” apresentado na Academia Almadense, em Almada e no Grande Auditório da Gulbenkian, em Lisboa.
É diretora artística da associação Mundo em Reboliço. Faz parte do grupo Periferias Centrais e das redes internacionais IETM e AREA.