BRUNO ALEXANDRE

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA
DANÇAS PRECÁRIAS
8 – 19 Fev 2021

Neste palco somos uma linha de montagem, uma máquina perfeita ao serviço da precariedade que nos alimenta como seres coreográficos à procura de uma saída da invisibilidade.
Neste palco temos e somos betoneiras, elemento fulcral da massa e do cimento, que nos serve para edificar um presente utópico, onde a coreografia se desenrola perante partituras excêntricas e transgressoras.
Neste palco, ocupamo-nos da precariedade e de como nos confrontamos com ela através de uma coreografia enraizada na marginalidade, insubmissão, confronto e intemporalidade. Procuramos danças instáveis, estreitas, labirínticas e que foram obtidas por empréstimo. Danças que não nos podem pertencer ou danças de final do mês com direito a recibo verde.
Neste palco, estamos em transição, em deambulação por vários estados coreográficos, sabendo que nunca poderemos pertencer a nenhum, e que estaremos indefinidamente cercados dentro de um tempo e de um espaço que não sai de dentro de nós, porque nos é comum. Um espaço precário de luzes difusas onde só existimos de forma incerta e avassaladora.
Neste palco, que nós construímos com o nosso corpo, falamos de amor, das falhas e das interrupções. Falamos deste amor precário que nos consome. Dançamos estas falhas e estas confissões que fomos fazendo ao longo do tempo que estivemos aqui neste palco. Paramos para vos dizer o que nos vai no corpo. Estamos em estado de devoção como gesto de sobrevivência. Somos um corpo ferramenta à procura de um lugar incerto.

Criação: Bruno Alexandre
Co-criação e interpretação: André de Campos, Beatriz Dias, Francisca Pinto Francisco Rolo e Joana Castro
Desenho de luz e direcção técnica: Cárin Geada
Música e sonoplastia: Miguel Lucas Mendes
Produção executiva: Filipe Metelo e Patrícia Soares
Gestão e difusão: Produção d’Fusão
Produção: Escarpa Fictícia
Co-produção: Casa da Dança – Programa de Apoio a Primeiras Obras e Bolsa de Criação Espaço do Tempo / Fundação La Caixa