RESIDÊNCIA
BOBBY BRIM
21 AGO – 1 SET 2023
Smelling the inter-epidermis: mixing saliva
Solo sound performance (em processo). Um sampler SP-404 é a única máquina companheira de Bobby Brim, para a qual Bobby transvasou arquivos íntimos, produções MAO (música assistida por computador) sequestradas e as suas vozes, que se transformam ao longo do set, como os personagens de The Female-Man, de Joanna Russ.
A performatividade do estranho personagem distorce os códigos da performance física e sonora, e a sua estranheza cria uma situação íntima, alegre, turva e altamente energética compartilhada com o público, usando e pirateando os códigos dos concertos de música eletrónica.
Uma voz SF exagerada/ transmutada questiona ironicamente o público (ou a si própria): “Por que não tentam ser mais políticos?”, cortada por uma hiper-tecno-estrutura-ultra-básica composta por sons de vozes de homens cis (amostra ácida da internet) gritando com virilidade, ou vozes de outra geração exprimindo as suas preocupações com o futuro. Não há tempo a perder: a situação pode mudar muito rapidamente, da passividade à dança, ou de uma certa forma de política à mutação.
Smelling the inter-epidermis: mixing saliva é um dos quatro trabalhos selecionados para o “Apoio à Criação 2023”, uma parceria entre o Forum Dança e a Casa da Dança.
Ficha Artística
Criação e Performance Bobby Brim
Acompanhamento dramatúrgico Mariana Catalina Iris
Apoios Forum Dança & Casa da Dança
Bobby Brim é artista transdisciplinar que compõe a sua alma de acordo com as entidades ciborgues que encontra no seu caminho. Fluido, criador de imagens, instalações, sons e problemas digitais, trabalha na produção de monstros produtores de dados e na exploração de mundos autónomos. Pixels, decibéis, ondas, corpos e coletivos são os materiais concretos que permitem sondar os espaços transgressores num mundo pós-conspiratório.