27 FEV 2022, 20h

  • ACADEMIA ALMADENSE - Auditório Osvaldo Azinheira / Programação TRANSBORDA

ÉPOCA

VOLMIR CORDEIRO E MARCELA SANTANDER CORVALÁN

 

Coreografia e interpretação: Volmir Cordeiro e Marcela Santander Corvalán

Luz: Maël Guiblin

Operação de Luz: David Goualou

Figurinos: Volmir Cordeiro e Marcela Santander Corvalán

Coprodução: Le Quartz, Scène Nationale de Brest

Com o apoio de: Ménagerie de Verre (Paris), Casa do Povo (São Paulo), Le CN D – Centre National de la Danse (Pantin).

Agradecimentos: Clarisse Chanel, Carolina Mendonça, Phelipe Janning e toda a equipa do Quartz.

 

Classificação etária: M/12

Duração: 55’

Preçário: Adultos – €6 | Jovens, Seniores, Grupos (+10) – €5

Reservas: casadadanca@casadadanca.pt

Fotografia©Alain Monot

 

Volmir Cordeiro – Doutor em dança pela Universidade Paris 8 (França). Artista-pesquisador, trabalhou com os coreógrafos Alejandro Ahmed, Lia Rodrigues, Cristina Moura, Naiá Delion, Xavier Le Roy, Laurent Pichaud & Rémy Héritier, Emmanuelle Huynh, Jocelyn Cottencin, Vera Mantero, Nadia Laura & Zeena Parkins, Latifa Lâabissi e Rodrigo García. Em 2011 realiza estudos coreográficos no Mestrado Essais – CNDC d’Angers (direção Emmanuelle Huynh).

A partir de 2012 começa a realizar seus próprios projetos como coreógrafo, apresentando suas peças em diversos festivais internacionais. Ensina regularmente em escolas de formação coreográfica como no Mestrado Exerce – Montpellier, Mestrado Drama – Gent, P.A.R.T.S, La Ménagerie de Verre e CND, em Paris e Pantin. É autor do livro “Ex-Corpo” (éditions carnets), pelo CND. De 2021 a 2023, Volmir Cordeiro é artista associado a Points-Communs, Scène National de Cergy e na La Briqueterie (CDCN), em Vitry. Em 2021, recebeu o Prémio SACD de Jovem Talento Coreográfico.

Marcela Santander Corvalán – Nasceu no Chile, formou-se na Scuola d’Arte Dramatica Paolo Grassi, em Milão e no CNDC d’Angers (direção Emmanuelle Huynh). Estudou História na Universidade de Trento e Dança na Universidade Paris 8. Trabalhou com os coreógrafos Dominique Brun, Faustin Linyekula, Julie Nioche, Ana Rita Teodoro. Colaborou com o coreógrafo Mickaël Phelippeau. Em 2014, começou a trabalhar nos seus próprios projetos. Foi artista associada do Le Quartz Scène national Brest, onde criou o dueto Época com Volmir Cordeiro em 2015, e o solo Disparue em 2016. Em 2017, desenvolveu o trabalho de MASH com a coreógrafa Annamaria Ajmone. A sua nova peça, Quietos, foi criada em Manège, Scène Nationale de Reims, em Novembro de 2019. Foi artista associada no Le Quartz, Scène Nationale de Brest de 2014 a 2017. É artista associada do centro La Manufacture CDCN, Bordéus.

 

 

“Feitas de êxtase, de prazer, de gozo, de subversão, de lascívia, de susto, de extravagância e de alegria, as danças as quais nós nos apegamos requerem uma intensa capacidade em passar de um humor a outro e a inventar imaginários insolentes. Sem deixar de lado as exigências de desarticular, desarmar e chacoalhar o corpo, cada dança trabalha no sentido de evidenciar uma emoção. Um programa de faculdades imaginárias é criado para tornar visível presenças específicas, naturezas de relação com o público variadas e modos de sentir interdependentes. Época é um estudo pontuado por danças nas quais uma certa maneira de representar o poder de gestos disformes, em cena, foi questão para mulheres artistas do século vinte. Nós começamos lendo descrições de danças feitas por suas criadoras, e recusamos todo recurso à filmes, vídeos e fotografias. Depois, transformamos livremente as descrições em partituras para danças curtas. Uma vez tornadas ficção, as partituras viram gestos encarnados e começam a criar danças autônomas dos primeiros textos que lhes predeterminaram.
Apoiando o projeto na potência da palavra e na sua capacidade intrínseca de invenção do gesto dançante, essas danças dão a ver uma história de defasagem entre os intérpretes como prolongamento de uma defasagem entre os tempos, as palavras e as sensações, o teatro e a nostalgia.

Época designa assim uma categoria qualitativa e não cronológica, na qual elementos de interpretação são postos em jogo para ativar uma história íntima e viva, quem sabe perdida ou esquecida no passado simbólico dos nossos percursos como artistas. A dança é aqui tomada como um meio bruto e direto de visitar e avivar um arquivo que não para de procurar nos nossos presentes suas vitalidades insistentes. Época investiga a magia do enigma, do mistério, da força do instante e da sua renovação assídua como fundamento do movimento performado.

Época é constituída das seguintes danças: A subversão de 1920, O susto de 1929, A extravagância de 1926, O mistério de 1996, A conquista de 2001, A vertigem de 1968, A dominação (data desconhecida), A euforia de 1925, A crença de 1965, A ressurreição de 1973, O vício de 1922, A lascívia de 1917, O gozo de 1927 e O êxtase de 1920, O transbordamento de 2015.”

Volmir Cordeiro e Marcela Santander Corvalán